Adolpho Berezin, filho de imigrantes judeus, nasceu em 6 de novembro de 1926 no bairro do Bom Retiro em São Paulo, bairro que até hoje abriga grande parte da comunidade judaica do estado.

Aos dezessete anos participou da Segunda Guerra Mundial engajado na Força Aérea Brasileira (FAB). Durante esse tempo concluiu o curso de Especialista em Aviões pela Escola Técnica da Aeronáutica, órgão do Ministério da Aeronáutica, e também se especializou em aviões de patrulhamento, particularmente o avião PBY5A na UNITED STATES NAVY, passando a desempenhar a função de engenheiro de voo.

Ainda na FAB participou do patrulhamento de frotas marinhas de guerra e mercantil que navegavam nas costas brasileiras, para proteção das embarcações contra ataques de submarinos alemães que atuavam no Atlântico Sul. Chegou ao grau de Tenente e foi agraciado por operações em combate no Atlântico com a Medalha “Cruz de Aviação” e a Medalha “Campanha do Atlântico Sul”, aliás, condecorações que a aeronáutica outorgava àqueles que tivessem se destacado em missões de guerra.

Ao terminar a Segunda Grande Guerra Adolpho Berezin passou a atuar em movimentos sionistas junto a comunidade judaica em São Paulo. Em 1947 participava do Centro Hebreu Brasileiro (CHB), entidade que representava os movimentos de jovens judeus.

No ano de 1952, Adolpho Berezin formou-se pela Faculdade de Odontologia da Universidade de S5o Paulo e também concluiu o curso de Metrologia pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas da mesma universidade e passou a se dedicar ao serviço social. Presidiu a Sociedade Beneficente EZRA, entidade que atuava no auxílio de carentes e doentes e possuía um sanatório para pacientes com tuberculose na cidade de São José dos Campos.

Nesse tempo havia três entidades beneficentes na comunidade judaica: a Sociedade Israelita de Beneficência EZRA, presidida por Adolpho Berezin, a Organização Feminina Israelita de Assistência Social (OFIDAS), presidida por Antonieta Bérgamo e a Sociedade Beneficente Israelita Policlínica LINATH HATZEDEK, presidida por Samuel Mitelman. Adolpho Berezin entendeu que uma junção entre estas três entidades melhoraria o desempenho das diversas áreas de atendimento, e assim com o entendimento entre os presidentes surgiu em 1976 a UNIBES – União Brasileira Israelita do Bem Estar Social, que incorporou as demais entidades e passou a atuar nas áreas de saúde, serviço social, psicologia, encaminhamento profissional, creches, recreação e atendimento aos membros da terceira idade. Adolpho Berezin passou a ser presidente do Conselho.

Paralelamente aos serviços sociais Adolpho Berezin fundou uma cooperativa que haveria de formal o Banco Renascença, onde foi por muito tempo o diretor. Este banco foi adquirido posteriormente pelo Banco Safra.

Ainda quanto a sua participação em entidades judaicas, Adolpho atuou no Clube “A Hebraica”, Câmara de Comércio Brasil-Israel, Círculo Macabi e o Colégio Renascença.

Adolpho Berezin foi fundador, sócio veterano e presidente do Rotary Club São Paulo – Bom Retiro. Em reconhecimento aos significantes serviços sociais nesta entidade, recebeu do Rotary Club Internacional a Medalha “Paul Harris Fellow”, honraria entregue àqueles que mais se destacam filantropicamente.

Faleceu aos 63 anos no dia 20 de julho de 1990. Em 1993 a Escola Técnica Estadual de Mongaguá passou a se chamar ETE “ADOLPHO BEREZIN”, uma homenagem àquele que além de desempenhar importante papel social, havia doado em vida o terreno para a instalação da escola.

Dr. Adolpho Berezin - Diretoria da EZRA

1963 – Diretoria da EZRA, da esquerda para direita:

Leon Feffer, Jacob Salvador Zveibil, Mauricio Flank, Salomão Gurman, Josef Zilberberg, Adolpho Berezin e Fellipe Kauffmann.

Biografia: Marcelo Vidice Dianno